27.7.09

com atraso

(...) mas o eflúvio da manhã quem é que o pediu ao crepúsculo da tarde?

Brás Cubas
em "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis

monstruosidade nazista

Perceber a humanidade do nazista não é desculpá-lo ou justificá-lo moralmente, mas sim iluminar nosso parentesco com ele, é denunciar um cotidiano de pequenos interesses e medos que sufocam o mal-estar moral numa praga de fungos.

Luiz Felipe Pondé
Ilustrada, Folha de SP, em 27.jul.09

20.7.09

Sorrir ou não

A princípio, o contentamento, sendo interior, era por assim dizer o mesmo sorriso, mas abotoado; andando o tempo, desabotoou-se em flor, e apareceu aos olhos do próximo. Simples questão de botânica.

Brás Cubas
em "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis

11.7.09

...

Um artista nunca é pobre.

Babette,
chef do Café Anglais, no filme "A Festa de Babette" (1987), de Gabriel Axel

Do além

Daqui inferi eu que a vida é o mais engenhoso dos fenômenos, porque só aguça a fome, com o fim de deparar a ocasião de comer, e não inventou os calos, senão porque eles aperfeiçoam a felicidade terrestre.

Brás Cubas,
em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado de Assis

De nada mais vale

O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá o exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados.

Brás Cubas
em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado de Assis

6.7.09

Subumano

— Você tem família?
— Família? Eu fumo crack há 15 anos. Então, eu estou morto há 15 anos.


usuário de crack em entrevista a Caco Barcellos
no programa Profissão Repórter, de 3.jul.2009